terça-feira, 13 de maio de 2008

Memórias...



Dos tempos vividos ficam as carcaças... e as memórias...



Memórias... o que são?
memórias boas e memórias más?

simplesmente não decidimos o que guardar... seja como for, ainda bem que as guardamos pq sejam elas o que forem... são sempre crescimento.

lembro-me de, qdo era puto, cair de bicicleta, lembro-me de cair de patins, lembro-me de ficar todo esfolado das silvas, de ser picado por abelhas... mas serão isso memórias más? então pq as recordo com um sorriso? não consigo separar essa parte das recordações dos dias passados a andar de bicileta e de patins... e de bicicleta com os patins nos pés... e de fazer trinta por uma linha e de ir brincar e chegar a casa de noite (e às vezes apanhar umas palmadas à custa disso). Também me lembro de perder pessoas de quem gostava (a avó Maria, o avô dos bigodes, a avó Idalina, o meu amigo Gonçalo, sei lá...). No entanto, não consigo separar essa parte das recordações de momentos como a correria para o colo do avô dos bigodes sentado à lareira, a comida feita na lenha pela avó Maria, as sopas da avó Idalina, beber água pelo púcaro de esmalte entre correrias pela vinha, as tardadas a tocar guitarra e a cantar com o Gonçalo sentado ao piano, enfim... os momentos bons vividos e partilhados com essas pessoas... mas qual é a definição de memória má, afinal? eu achava que existia mas agora que me pus a pensar nisso...

e como guardamos aquilo a que chamamos memórias ou recordações... o que são as recordações?

quarta-feira, 30 de abril de 2008

PARABÉNS DIOGO!!!

deixo aqui no meu baú a minha parte (atrasada, sorry!) da tua prenda e um grande abraço.

és uma pessoa com um coração de ouro... maravilhas-te com o que é simples. admiro-te por isso! continua sempre com esse deslumbramento pelos outros e pela vida à tua volta... pq é nos outros que está o sentido da nossa vida. e é neles que está Deus que nos concedeu esse mesmo dom... a vida!




fazer o pino foi mesmo a melhor maneira que arranjei de dizer que, apesar de nao estar contigo, estou em festa na mesma!!!:)

espero que a vida te sorria mesmo... sempre!

aquele abraço;)
Daniel Lopes

sexta-feira, 21 de março de 2008

Ser Tempo...

"Fui procurar onde se esconde o tempo
Saber como faz para não parar
É que saber uns truques dava jeito
Para poder levar-Te e ensinar-Te
Mesmo a dormir...

Não o encontrei e o tempo não parou
Não sei onde falhei, o que me escapou.
Só queria aprender a ser mais eu
A toda hora, a todo o momento
Saber estar em Ti...

Também eu quero ser tempo
Para nunca parar
Ser a tua voz no vento
E poder renascer em Ti
Ser o que queres anunciar...

O tempo é da gente, o tempo somos nós,
O tempo é a correr e a vida é uma só.
Porque me falas a mim, isso eu não sei
Mas sei que quero ser, sei que quero viver
Para ser a tua voz.

O que seria de nós sem espírito divino?

E o que seria do mundo sem um olhar de paz?"

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

"Eu tenho um certo gozo em ver-te contente
já sei que o meu sentimento é banal
mas nem por isso o que eu te digo
a meu ver é menos importante

Ás vezes apetece-me oferecer-te um presente
mas nem sempre calha
e quando calha é quase sempre
aparentemente insignificante

Por exemplo gostava de te dar uma paisagem
com camelos e mar ao fundo
maravilhosa e serena
tranquilamente estimulante

Mas como pintor sou um desastre
e como economista ainda mais decepcionante
mesmo assim eu insisto em fazer parte
do teu mundo

O boletim meteorológico anunciou calor
não vou duvidar
faz sentido no meu sistema solar

Imagina que sou um ilusionista
que arranca coisas do chão, do chapéu, do coração
talvez assim vejas em mim um homem novo
todo elegante

O que na verdade sou e a verdade
pode ser elavada á coisa sonhada
reinventada por muito se querer
e eu quero ser o teu amante

Desta vez vou construir uma cama de espuma
adequada á função de voar
com limpa pára-nuvens
mesmo á altura do teu olhar

Se for preciso um pára-quedas arranjam-se
uns milagres em bom estado prontos a usar
se achares que não valeu a pena, aí lamento
mas não posso mesmo concordar

O boletim meteorológico anunciou calor
não vou duvidar
faz sentido no meu sistema solar"




"- Gostas de paisagens? - perguntou.
- Gosto... mas porquê? Conta. - respondeu com o bichinho curioso a roer por dentro.
- Por nada! Só por curiosidade...
- Hummm... 'tá!..."

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Continuar...

Pois o mundo continua lá fora à espera de música, de sorrisos, de abraços...


...É! Há que passar a porta para o lado de fora e seguir caminho. O tempo tem diferentes tempos e o tempo de agora não é de estar parado...

domingo, 27 de janeiro de 2008

A música ficou linda!...:)

"Come see
I swear by now I'm playing time against my troubles oh
I'm coming slow but speeding...
Do you wish for a dance and while I'm in the front
My play on time is won
Oh, but the difficulty is coming here...

I will go in this way
Oh, and I'll find my own way out
I won't tell you what to be
Oh,no, but I'm coming to much more
Me
All at once the ghosts come back
Reeling in you now oh tell me
What if they came down crushing
It used to be
that you and me
play for all of the loneliness
that nobody notices now
I'm begging slow 'cause I'm coming here...
I'm only waiting I wanted to stay
I wanted to stay
I wanted to play
I wanted to love you

I'm only this far
And only tomorrow leads the way

I'm coming waltzing back
and moving into your head
Please, I wouldn't pass this by
Oh no, but I wouldn't take more than I need
What sort of man goes by?
Well, I will bring water
Why won't you ever be glad?
It melts into wonder
I came in praying for you
Why won't you run in to rain and pray?
Let all tears splash all over you

The way the rain comes,
The way the rain comes down on you,
It does."

Qdo começaste a cantar não sei bem o que aconteceu... mas chorei... e chorei com um sorriso gigante! Um sorriso que está ainda dentro de mim acompanhado por uma ansiedade de dizer-te que "a música ficou linda!!!"... como se precisasse apenas de um tempinho para passar por tua casa para to dizer e dar-te um abraço. Não consigo evitar sentir isso... e acho que vou senti-lo sempre... e qdo aranjarmos um furinho nas nossas agendas lá estaremos a tocar e a cantar juntos novamente:)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Sobre o tempo...


O tempo passa. O tempo corre. O tempo é sempre a andar... não! Se o tempo corre é porque o tempo é a correr. O tempo não chega. O tempo é curto!!! O tempo sobeja. O tempo é uma seca! O tempo é muito. O tempo nunca acaba. O tempo são as horas. O tempo anda à volta mas não se repete... ou então repete. O tempo não pára.O tempo abre e fecha portas. O tempo envelhece quase tudo. O tempo é mais que as mães. O tempo é mais que as mãos das mães! O tempo é chato. O tempo dói. O tempo cura. O tempo esquece. O tempo já passou. O tempo é rápido e é lento mas passa sempre com a mesma velocidade. O tempo não parou. O tempo recorda. O tempo já passou outra vez. O tempo parou! huh? Afinal não parou, perdeu-se enquanto passava já não sabia por onde. O tempo também se ganha... ou então não se perde. O tempo é um momento. O tempo são os tempos. O tempo é das coisas. O tempo é uma invenção. O tempo é de nós. O tempo é uma confusão. O tempo não é nada. O tempo são as coisas. O tempo faz-se. O tempo é dos sentimentos. O tempo somos nós. O tempo é uma coisa... sim, o tempo é uma coisa.... ou então não é. O tempo não pára porque não tem tempo, e se o tempo não tem tempo é porque o tempo não existe!!!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

"Elogio ao Amor"

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro.
Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides,borra-botas, matadores do romance, romanticidas.

Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso
"dá lá um jeitinho sentimental".

Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice,facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo
ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.


O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe.


Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por
muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.


Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder.

Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."


Miguel Esteves Cardoso in expresso

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

tempo... falta de tempo... a mais...


Numa terra longínqua vivia um sábio sempre acompanhado do seu discípulo, Tomé. Tomé ia à escola e ajudava o sábio em casa, que era já dono de uma idade avançada. Aprendia a viver em cada momento na presença do mestre. Cada dia reservava-lhe uma nova e importante lição.
Certo dia, inquieto, pediu aconselhamento ao sábio:

- Mestre, não tenho tempo para estar com as pessoas... para dar de mim às pessoas... aos meus amigos. Estou o dia inteiro ocupado. Tenho aulas, depois os trabalhos e mais aulas... depois tenho de estudar e fazer mais trabalhos... depois venho para casa trabalhar e ajudar-te porque sei que necessitas de mim ao pé de ti... e depois tenho os meus problemas... e quando não me resta nenhuma tarefa já estou tão cansado que só quero é repousar… Então? Não posso fazer nada! Não tenho tempo !!! Não sei o que posso fazer. Se o dia tivesse mais umas horas…

O sábio reflectiu por uns momentos.

Então, levantou-se e remexeu num dos armários retirando dele um frasco grande de vidro, e três sacos. Depois colocou o frasco em cima da mesa e retirou de um dos sacos pedras preciosas, grandes e de valor incalculável, colocando-as dentro do frasco até não caber mais nenhuma. Então, apontando para o frasco recheado das maravilhosas pedras, perguntou ao discípulo:
- Está cheio?
O discípulo, inocente, respondeu confiante:
- Claro que sim!
Então o sábio retirou do segundo saco pequenos berlindes de todas cores, colocando-os com cuidado dentro do frasco. Os berlindes foram caindo e preenchendo os espaços livres entre as magníficas pedras preciosas até não caber mais nenhum. Então, apontado para o frasco, o sábio questionou novamente o seu discípulo:
- Está cheio?
O discípulo olhou o frasco. Os berlindes ocupavam agora todos os espaços existentes entre as pedras. Então respondeu:
- Agora está mesmo cheio!
Então o sábio pegou no terceiro saco e despejou cuidadosamente a areia nele contida para dentro do frasco. Esta foi descendo e ocupando os espaços ainda livres entre os berlindes e as belas pedras preciosas até não haver espaço para mais areia. Então perguntou ao discípulo:
- Então, e agora? Achas que ainda cabe mais alguma coisa?
O discípulo, reflectiu por uns instantes, olhou o mestre e respondeu:
- Talvez haja espaço para mais qualquer coisa.
-Ahhh!... – exclamou o mestre – Agora vamos experimentar de outra forma.
Despejou então o frasco em cima da mesa e separou minuciosamente a areia, os berlindes e as pedras. Depois de tudo separado despejou então a areia no frasco retirando mais alguma de dentro do terceiro saco até encher o frasco. O estudante exclamou então:
- Mas assim não há espaço para as pedras preciosas. Não podemos desperdiçar algo tão belo!!!...
O mestre sorriu, agradado com a resposta do discípulo. Respondeu então:

- Este frasco transparente, sem cor, é como a nossa vida que podemos embelezar com pedras preciosas, berlindes, areia e até algo mais para que haja espaço. as pessoas, quando verdadeiras, são das maiores "pedras preciosas" com que podemos embelezar a nossa vida. Temos de ter o cuidado de colocar as pedras preciosas antes dos berlindes e da areia. Se colocarmos primeiro a areia corremos o risco de ocupar o espaço necessário para as pedras preciosas e, deste modo, ficarmos com uma vida sem cor e sem sentido.
Após estas últimas palavras, o discípulo agradeceu ao mestre esta importante lição, acrescendo e retirando-se sorridente…